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"Ciclo" — in doze estrofes de seis versos setissílabos.

Atualizado: 3 de ago. de 2023

Esse Post é sobre "Não deixar passar em branco". Título de uma das crônicas de Mônica Cunha que nos lembra sobre acreditar na assertividade do sentimento e não deixar passar em branco, não deixar a gratidão guardada. Parafraseando a autora do livro "Entre um Café e outro", dê-me licença que alguém precisa saber o quanto meu coração ficou em festa.


O "corre-corre" do cotidiano pode ser uma desculpa justificável que nos impede de parar e escrever: cartas de amor, de gratidão, de reconhecimento ou, um simples bilhete dizendo, muito obrigada. 




Sobre Reconhecimento e Gratidão


Talvez não tenha expressado minha alegria e gratidão à Escritora Elza Teixeira, de uma forma digna e merecida, no Segundo Encontro do Projeto Ciclo Poética, no momento em declamou ao público e aos quatro ventos, suas impressões sobre o meu livro "Ciclo", no seu poema de doze estrofes, de seis versos setissilábicos.


Para mim foi um presente muito auspicioso. Tão simbólico e significativo. Uma surpresa feliz que chegou para deixar meu coração em festa e me trazer um pouquinho mais de coragem para continuar no caminho. Confesso que fiquei muito lisonjeada com sua coragem. Foi bonito de ver, ouvir e sentir sua declamação.

Receber tal presente de uma pessoa tão vivida e articulada com as palavras é uma honra. Sinto-me premiada como se tivesse recebido um diploma ou uma medalha de ouro. Tal reconhecimento me chegou por uma alameda chamada amizade. O que esperar para além disso? Nada mais... Só alegria e gratidão! Sinto que "Ciclo" cumpriu sua missão. Uffa!!!


Não sei vocês. Mas, para mim, a amizade sempre ocupou um espaço muito especial. E a amizade e laços com mulheres tem sido uma nova porta que se abre de um modo potente e curativo. Elas tem chegado com tanto acolhimento como que querendo dizer, ainda que em versos, poemas ou presença silenciosa: continue! Não desista! Está muito bonito! E por ser bonito é o que basta.


Convenhamos, há momentos na jornada em que desejamos desistir de tudo e simplesmente cuidar das folhas secas no chão do quintal.

Mas, que bom que a providência divina habita no coração dos nossos amigos e amigas.


"Ciclo", in doze estrofes de seis versos setissilábicos.


Olhos de jaboticaba,

muito doce e delicada,

sorriso lua crescente,

e beleza transparente.

--- Será filósofa ou fada?

me pergunto ensimesmada...


Gosta de plantas e bichos,

tem suas redes e seus nichos;

das pessoas sempre espera

que sejam boas, sinceras,

tomem certas decisões

e façam reflexões...


Eis o seu primeiro livro:

bonito e notável CICLO!

Fala de sons, aforismos,

perscrutando os seus abismos...

É "filósofa de jardim",

mui bem se define assim.


Descreveu as estações

com muito senso, emoções;

registrou a vida inteira

de uma jabuticabeira!

Tirou fotos primorosas

daquela árvore dadivosa!


Falou de ciclos da vida

e de pessoas queridas,

da primavera e os verões,

nos trazendo reflexões...

No outono falou de cores,

aromas, muitos sabores!


E de repente, esse inverno,

nos remetendo ao inferno,

e outras novas reflexões,

com muita dor, comoções;

pois eis, que o ponto final

se abreviou e é fatal!


Portanto, é bom registrar;

pode ser no celular,

belas fotos coloridas,

e escritas bem criativas;

uma conversa informal

um adágio universal!


Na busca dos ideais,

não acelere demais;

pare nas encruzilhadas,

respire, e siga as jornadas;

não deixe no esquecimento

os bons e raros momentos.


Não custa filosofar,

nem mesmo fotografar;

a vida é breve, é um suspiro,

e nela muito me inspiro;

em seus ciclos, seus momentos,

mudanças e sentimentos!


Há segredos insondáveis,

processos intermináveis...

Seja na terra, no mar,

respostas sempre buscar;

não devemos nos perder,

visando sempre aprender!


Não confiar na memória

pra contar a nossa história;

tudo, tudo registrar;

se quiser, pode postar;

haverá sempre os tropeços,

mas também os recomeços.


Nossos sonhos, nossa história,

nós devemos preservar;

e enquanto há tempo, acordar.

Na imensidão do universo,

sempre há pausa para um verso!..


Elza Teixeira de Freitas




Obrigada, Elza, pelos versos e carinho!
Silvia S Sant'Ana



 

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