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Preguiça: Uma Jornada Rumo à Felicidade Genuína

Atualizado: 2 de out. de 2023



Na dança frenética da vida contemporânea, onde a sinfonia da produtividade ecoa e o tempo, como água, líquido, escorre entre nossos dedos, a palavra 'preguiça' carrega o peso de um estigma sombrio. Contudo, é salutar nos perguntarmos se verdadeiramente compreendemos a riqueza oculta desse conceito. Eu mesma já me auto reprimi, sussurrando para mim que não devo permitir-me abraçar a preguiça, mas em vez disso, escolher dar boas-vindas ao cansaço como troféu de uma batalha bem travada.

A preguiça, injustamente maltratada, tornou-se uma sombra indesejada em nossas vidas. Enquanto isso, o cansaço é aclamado como um testemunho de labores árduos. Nestas páginas, convido-o a desacelerar, a pausar como faz o beija-flor, a contemplar a melodia da preguiça e a explorar como esta palavra pode ser transformada em uma nota de harmonia em nossa busca incansável pela felicidade genuína. Versus felicidade superficial.


O Estigma da Preguiça: Uma Possível Análise Crítica


Muitas vezes, somos rotulados como preguiçosos sem aprofundar na verdadeira natureza desse sentimento. Culturalmente, a preguiça é associada a procrastinação, falta de responsabilidade e má vontade. Por outro lado, o cansaço é considerado uma consequência do trabalho árduo e é visto como merecido. Mas será que essa é uma visão justa?




É comum ouvirmos em nosso ambiente de trabalho que determinada pessoa é preguiçosa. Será que estamos ouvindo a história inteira? Preguiça, cansaço, corpo mole ou má vontade? Como saber?



Descanso como Autopreservação: Uma Nova Perspectiva


Quando ousamos mergulhar nas profundezas da preguiça, descobrimos que ela não é sempre um eco de má vontade. Às vezes, é a autopreservação pedindo ajuda, uma pausa que nos envolve como um manto protetor, resguardando-nos do tumulto e consequências do burnout.

A vida é como um teatro, já disse Shakespeare. E no palco de nossas vidas, todos nós somos atores que anseiam por pausas, esses interlúdios onde nossas almas podem descansar e bailar em harmonia, recarregando a energia necessária para continuar a performance da produtividade, do drama do bem-estar ou, simplesmente, nutrir a alma.


A Reflexão de Renato Noguera: Tecnologia para Felicidade


O professor e filósofo Renato Noguera nos convida nessa breve reflexão, trecho de uma belíssima aula, de um dos seus cursos da Casa do Saber, a repensar a preguiça e a malandragem como dispositivos tecnológicos para a felicidade. Em uma cultura que valoriza a produtividade acima de tudo, essa reflexão pode soar paradoxal. No entanto, para aqueles que sabem equilibrar trabalho e descanso, essa perspectiva é profundamente humana. Providencial.




A preguiça é uma tecnologia dos povos originários, que é uma relação com o trabalho da ordem do necessário. Foi chamada de preguiça por colonizadores que não compreenderam que isso era uma relação de respeito à vida. 
Renato Noguera


O Perigo dos Conceitos nas Mãos Erradas


Convém refletir, em virtude do ponto de vista de cada indivíduo, que na teia frágil dos conceitos, incluindo aquele que abraça a preguiça, encontramos um território delicado. Assim como o conhecimento, o poder que emana desses conceitos pode ser uma lâmina afiada nas mãos erradas, capaz de causar feridas profundas. Portanto, peço-lhe que aprecie cada ideia com a ternura de quem segura um pássaro ferido. É preciso muito cuidado nessa apreciação, para lembrar que nossa capacidade de entender e aplicar conceitos carrega consigo a responsabilidade de não causar danos a si mesmo e a outrem.


Conclusão

Para fechar o ciclo desta jornada reflexiva, convidamos você a adentrar as profundezas do entendimento da preguiça, um tema que transcende as fronteiras da mera preguiça como simples inércia. Filosoficamente, a preguiça pode ser vista como um caminho que nos conduz à busca por uma vida plena e feliz, um intervalo de tempo sagrado para a contemplação e a autodescoberta.



No entanto, numa visão irrefletida, a preguiça também pode assumir a forma de autocomplacência e irresponsabilidade, um redemoinho que nos afasta de nossos objetivos e potencialidades.

Agora, é com você...

Imagine-se sendo chamado de 'preguiçoso'. Qual seria sua reação? Seria um chamado à reflexão ou um eco de censura? Convidamos você a compartilhar suas reflexões sobre esse intrincado tema, pois é na atmosfera da filosofia que encontramos as respostas para muitos dos enigmas da existência humana.


Silvia S Sant'Ana

Até breve!

 

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